Pesquisadores da USP avaliaram a eficácia de diferentes modelos disponíveis no mercado; veja o resultado
Antes visto exclusivamente em ambientes hospitalares e
centros de saúde, o uso das máscaras de proteção respiratória se tornou um dos
métodos mais eficazes de prevenção contra o coronavírus, além de outras
doenças infecciosas, como a gripe H3N2.
Porém, desde o início da pandemia de COVID-19, muitos tipos
desse acessório apareceram no cotidiano das pessoas: as de tecido, as
cirúrgicas, as de TNT e até a famosa PFF2/N95. Assim, com tantas opções, pode
ser difícil saber qual delas seria a mais efetiva em termos de proteção.
Diante disso, um estudo do Instituto de Física da
Universidade de São Paulo (IF-USP) e do Instituto de Pesquisas Energéticas e
Nucleares (Ipen) decidiu avaliar todas as características de cada modelo para
descobrir o que faz uma máscara ser realmente mais protetora contra o
SARS-CoV-2.
Ao avaliar o fator de qualidade de uma máscara, é
necessário considerar dois fatores: a filtragem e a respirabilidade. Neste
sentido, a investigação comparou os tipos mais comuns do acessório para chegar
a uma conclusão que pode ajudar a população a se proteger melhor em tempos
pandêmicos. Confira os resultados:
PFF2/N95
A máscara contém sete camadas de proteção e, segundo dados
do estudo, filtra pelo menos 95% das partículas. Este alto nível de
filtragem se deve à forma irregular como são entrelaçados os fios. Além disso,
durante sua produção, a máscara recebe uma carga elétrica que aumenta a sua
filtragem em 10 vezes.
Ainda de acordo com o estudo, a capacidade de
respirabilidade deste modelo chega a 5,5. Este número é medido a partir da
diferença de pressão do ar antes e depois de passar pela máscara. Ou seja,
quanto menor o número, mais fácil é a passagem de ar.
Máscara cirúrgica
Muito comum em hospitais, a máscara cirúrgica é produzida a
partir de materiais leves e altamente filtrantes. Com isso, a máscara
apresenta 89% de filtragem das partículas e um índice de
respirabilidade de 2,24.
Porém, este modelo requer atenção especial na vedação. Isso
porque a maioria delas possuem elásticos que prendem na orelha, o que, segundo
a pesquisa, pode diminuir a proteção do rosto.
Máscara de TNT
Assim como a cirúrgica, a máscara de TNT é formada por três
camadas e, segundo o estudo, apresenta o maior fator de qualidade, ou
seja, a correlação entre filtragem e respirabilidade é alta.
De acordo com os dados, por conta do material filtrante
feito de fios entrelaçados de maneira desordenada, este modelo
pode filtrar pelo menos 78% das partículas e sua respirabilidade
chega a 1,09.
Apesar disso, é preciso se atentar à vedação do modelo,
pois a maioria das máscaras de TNT também são presas nas orelhas, fazendo com
que elas não "colem" tanto no rosto - resultando em brechas nas
bordas.
Máscara de algodão/caseira
Segundo o estudo, este modelo apresenta o pior fator
de qualidade. Por conta das linhas grossas que formam o tecido, que facilitam a
passagem de partículas e vírus, as máscaras de algodão têm uma filtragem
de apenas 40%.
Além do índice de respirabilidade de 5,67, o estudo apontou
outro problema com o modelo caseiro: a vedação. De acordo com os pesquisadores,
a vedação da máscara não é eficaz por conta das costuras, principalmente as
verticais, que unem dois pedaços de tecido. Isso faz com que a máscara tenha
brechas para a passagem do vírus.
Fonte: Minha Vida
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